![]() Código do projeto | PDR2020-101-031658 Objetivo principal | O objetivo principal deste GO consiste em
criar uma metodologia baseada em técnicas agrícolas nunca antes estudadas em
Portugal para algumas espécies tradicionais portuguesas, nomeadamente, o
recurso à consociação do milho com feijão-frade, por forma a promover uma melhor
adaptação da produção de milho para consumo humano, às alterações climáticas a
nível nacional. Paralelamente, pretende-se promover o uso de práticas culturais
e agrícolas sustentáveis, integradas em produção biológica (MPB), por forma a
gerar diversos benefícios de eficiência ambiental e utilização sustentável de
recursos naturais, como resultado do recurso a esta técnica. Região de intervenção | Norte (Braga),
Centro (Idanha a Nova) e Alentejo (Elvas) Entidade beneficiária | Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV) Data da aprovação | 2017-09-13 Data de início | 2018-03-01 Data de conclusão | 2021-02-28 Custo total elegível | 111 834,88
€ Apoio financeiro da União Europeia Apoio financeiro público nacional/regional Objetivos específicos:
Principais fases de
desenvolvimento: Fase
1 – Recolha e multiplicação de sementes [Ano 0 – 1 ano]: Serão recolhidas sementes de feijão-frade e milho que melhor se enquadrem no âmbito deste projeto, principalmente devido ao seu valor agronómico. Será realizada a multiplicação das sementes recolhidas de forma a se dispor de sementes suficientes para o ano seguinte. Fase
2. Realização e monitorização de ensaios [Anos 1 e 2 – 2 anos] Numa primeira fase, escolheu-se o feijão-frade por três razões principais. Em primeiro lugar, porque é uma hortícola, leguminosa grão tradicional portuguesa, muito utilizada na alimentação nacional. Em segundo lugar, porque esta espécie consociada com outros adubos verdes, mesmo depois de colhida a vagem, deixa um balanço positivo de azoto no solo. Em terceiro lugar, porque o feijão-frade tem a capacidade de atrair uma grande diversidade de insetos predadores de pragas de outras culturas. A
monitorização dos ensaios será sustentada em indicadores, a qual será da
responsabilidade da empresa Living Seeds Sementes Vivas e do INIAV, consoante o
local do ensaio. Fase
3. Multiplicação de variedades adequadas aos objetivos do projeto [Ano 3 - 1
ano] No
último ano do projeto irá ser realizada uma nova multiplicação, mas nesta fase,
apenas das variedades de sementes de milho e feijão-frade que tiveram melhor
performance, sendo as mais adequadas de acordo com os critérios definidos, ou
seja de acordo com a adaptação às alterações climáticas (i.e. resistência à
seca, produtividades, recursos hídricos) e consociação entre estas duas espécies.
No final, será efetuada uma análise mais intensiva da metodologia como um todo
para se poder elaborar um manual de boas práticas com o maior número de
informação possível. Resultados
a atingir e potenciais beneficiários: O
milho é a cultura arvense com maior expressão em Portugal (146.719 hectares),
podendo ser encontrada de Norte a Sul do país. De referir, que em 2015 existiam
74.500 produtores de milho em Portugal (Continental e Açores). O que significa
que soluções ambientalmente responsáveis devem ser adotadas para minimizar os
impactos negativos que se avizinham. O
estudo de novas técnicas de adaptação de milho às alterações climáticas em
Portugal, através da consociação com a espécie tradicional portuguesa –
feijão-frade - permitirá criar uma metodologia para auxiliar os produtores
nacionais, as organizações de produtores, as cooperativas e as associações do
setor desta cultura. Paralelamente,
esta metodologia, no âmbito desta iniciativa, será apenas aplicada ao milho
consociado com o feijão-frade, o que significa que numa fase posterior, poderá
ser testada esta mesma metodologia com outras espécies tradicionais, por forma
a conseguir-se aumentar o leque de culturas tradicionais adaptadas às
alterações climáticas e às novas exigências e objetivos da agricultura moderna
e sustentável (i.e. maior produtividade, maior eficiência de nutrientes,
resistência e tolerância à seca, robustez, resiliência, maior resistência a
pragas e doenças). Pretende-se
elaborar um manual de boas práticas, para ser distribuído nos diversos eventos
e ações propostas no âmbito da divulgação do projeto, composto pelos seguintes
conteúdos: i) principais espécies tradicionais portuguesas; ii) a problemática
das alterações climáticas e como estas afetam a produção agrícola; iii) a
técnica de consociação entre espécies vegetais; iv) como esta técnica poderá
promover a adaptação das espécies tradicionais às alterações climáticas; v)
quais as espécies vegetais que melhor se consociam às espécies tradicionais
para promoverem a adaptação às alterações climáticas; vi) como o tipo de
agricultura utilizado, bem como, as práticas culturais podem influenciar a
adaptação de uma cultura às alterações climáticas; vii) quais as espécies mais
tolerantes às alterações climáticas. O objetivo deste manual consiste em
divulgar todo o novo conhecimento, de forma ampla e transparente. Quer
o manual de boas práticas elaborado no âmbito deste projeto, quer a metodologia
para a replicação desta técnica de consociação serão disponibilizados de forma
gratuita, em papel ou versão WEB, de forma ampla e transparente a todos os
produtores nacionais, organizações de produtores, cooperativas e associações do
setor do milho, por forma a auxiliá-los e a promover soluções ambientalmente
responsáveis para este setor. Esta
iniciativa torna-se, assim, importante e inovadora, não só no território
nacional, mas também num contexto da União Europeia, onde a progressiva perda
de biodiversidade e herança genética coloca em risco o capital natural a
preservar e, por conseguinte, a segurança alimentar dos povos. No lado da
oportunidade, este projeto surge num contexto favorável de procura externa por
produtos de valor acrescentado em equilíbrio com os princípios de
desenvolvimento sustentável. |