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Bem-Vindo ao projeto

CONVIGNA
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Práticas

Agrícolas Sustentáveis
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Convite - Dia de Campo

Herdade do Couto da Várzea

06 | Setembro | 2019 - 10h

Inscrições: anseme@anseme.pt

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MISSÃO

A Conservação de Recursos Genéticos Vegetais constitui uma “Rede de Segurança” para a produção agrícola (ECPGR – The European Cooperative Programme for Plant Genetic Resources).

A conservação do património genético vegetal está a revelar-se essencial para a adaptação da produção agrícola às alterações climáticas, uma vez que permite aceder a material genético passível de se adaptar não só a condições climáticas nunca antes sentidas como a novos perfis de pragas e doenças.

A produção em consociação tem como objetivo aumentar rendimentos, tirando partido das diferenças e complementaridades entre espécies. Nomeadamente no que diz respeito a ao sistema radicular (permitindo explorar diferentes zonas do solo), à altura das plantas (promovendo o ensombramento de espécies que necessitem de sombra e servindo as culturas mais altas também de sistemas de condução).

A produção em consociação promove ainda a biodiversidade uma vez que cria habitats favoráveis à instalação de insetos e microrganismos do solo, que de outra forma não se fixariam, e o combate a pragas promovido pela redução da homogeneidade da cultura.

As consociações com leguminosas de grão, em particular, representam ainda uma estratégia de redução de inputs e mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), uma vez que a utilização de leguminosas fixadoras de azoto diminui a necessidade de aplicação de fertilizantes de azoto de síntese.

SOBRE NÓS

O Projeto CONVIGNA é um Grupo Operacional constituído com o intuito de criar uma metodologia de produção destinada a variedades tradicionais portuguesas passíveis de adaptação às alterações climáticas, promovendo as boas práticas agrícolas.

Procura-se, por isso, tirar partido da riqueza que o nosso país tem em termos de recursos genéticos vegetais, nunca esquecendo a importância da conservação de germoplasma vegetal.

Reunimos por isso, a investigação (INIAV), a produção agrícola (Living Farms) e o Setor das Sementes (ANSEME e Living Seeds), por forma a constituir um grupo de expertise nesta matéria.

PARCEIROS

OBJETIVOS

  • Desenvolvimento de uma metodologia para a produção de milho em consociação com feijão-frade, adaptada a diferentes regiões de Portugal, num contexto de alterações climáticas
  • Promoção do uso de práticas agrícolas sustentáveis e da eficiência dos recursos naturais em Modo de Produção Biológico (MPB).

FASES DO PROJETO

FASE 0

DEFINIÇÃO DO ESTUDO E PREPARAÇÃO DE CANDIDATURA
[ANO 0 – 1 ANO]
Definição dos principais objetivos, metodologia e responsabilidades do projeto.

FASE 1

RECOLHA MULTIPLICAÇÃO DE SEMENTES
[ANO 1 – 1 ANO]
Seleção e recolha de variedades de feijão-frade de várias zonas do país com potencial agronómico para consociação com milho.
Multiplicação a diferentes densidades, de modo a identificar as variedades mais promissoras para consociação e assegurar disponibilidade de semente para o ano seguinte.

FASE 2

REALIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DE ENSAIOS
[ANOS 2 E 3 – 2 ANOS]
Nestes ensaios serão testadas diferentes datas de sementeira e diferentes volumes de irrigação para avaliar a performance das culturas em consociação em diferentes condições.
Pretende-se ainda, nesta fase, elaborar um manual de boas práticas com toda a metodologia, resultados e conclusões do projeto.
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RESULTADOS

  • No ano de 2019 a germinação do feijão-frade no campo de Braga não foi a melhor devido a alguma instabilidade nas temperaturas aquando da germinação;
  • Houve alguns focos de morrão quer no campo experimental de Braga quer no campo experimental de Idanha-a-Nova;
  • Nos campos de Idanha-a-Nova e Elvas houve um grande desfasamento entre a fase de maturação da cultura do feijão frade e do milho ao contrário de Braga, o que levou a problemas na gestão hídrica do ensaio (milho necessita de rega para encher o grão enquanto feijão frade encontra-se na maturação).

 

Estando escrito no plano inicial do projecto a possibilidade de testar diferentes datas de sementeira e diferentes volumes de irrigação e devido às distintas condições edafo-climáticas entre os três locais de ensaio foram abordadas as seguintes ideias:

  • Possibilidade de sementeira em alturas distintas adaptando à localização do ensaio (Braga, Idanha-a-Nova, Elvas);
  • Possibilidade de menor espaçamento entrelinhas em Idanha-a-Nova (muito espaço descoberto que leva a uma elevada evapotranspiração);
  • Teste de volume de irrigação condicionado em 2 blocos (volume 1 e volume 2);
  • Possibilidade de usar outro genótipo de milho com um ciclo mais curto para as culturas terem ciclos culturais semelhantes;
    Possibilidade de testar outros genótipos de feijão frade avaliados no ano 1 do ensaio (2018).

CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS

A consocição de milho e feijão-frade originou um efeito positivo sobre o rendimento das duas culturas em Elvas e Idanha-a-Nova, mas não Braga. Estes resultados parecem indicar que a consociação destas duas culturas é mais favorável em locais onde as temperaturas são mais altas e com baixa humidade no solo (Idanha-a-Nova e Elvas), ao contrário de climas mais frescos (Braga), onde não se observaram efeitos positivos da consociação. Neste sentido, a consociação destas duas culturas pode ser uma ferramenta especialmente útil em contextos de escassez hídrica e alterações climáticas.

A produção de milho não foi afetada com o aumento do número de plantas de feijão-frade, indicando que não será necessário uma quantidade elevada de semente de feijão-frade para obter resultados óptimos. Contudo, seria útil haver mais investigação durante vários anos, para testar diferentes densidades em diversas condições metereológicas.

As dotações de rega testadas influenciaram o início das diferentes fases fenológicas da cultura do feijão-frade nas regiões mais quentes. Em relação ao rendimento e ao teor de proteína de cada genótipo, não se observaram diferenças significativas entre as dotações de rega quer em Elvas quer em Idanha-a-Nova, mas em Braga, a maior dotação de rega contribuiu para a obtenção de produções mais elevadas, mas com menor teor de proteína.

No futuro, além do milho e feijão-frade, outras culturas podem ser estudadas em contexto de pequena/média escala, de forma a recolher dados desta metodologia ao nível das condições edafoclimáticas do nosso país. Para aplicação a uma dimensão agrícola de escala superior, será necessário estudar também os processos de mecanização da implementação, manutenção e colheita das culturas.

Em conclusão, este projeto permitiu verificar que existe um imenso potencial por explorar nos recursos genéticos vegetais portugueses, existindo material tradicional com capacidade quer produtiva quer de adaptação.

Por fim, cumpre dizer que é mais atual que nunca explorar culturas pouco exigentes em termos hídricos, como é o caso do feijão-frade, bem como optimizar e diminuir, ao nível do melhoramento genético, as necessidades hídricas das culturas mais exigentes em água, tal como o milho.

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